É possível melhorar a taxa de participação?

Um dos maiores desafios na área de pesquisa é aumentar taxa de participação dos respondentes.

Como melhorar o engajamento e fazer com que mais pessoas participem de pesquisa e se motivem a ajudar a melhorar categorias, produtos, conceitos ou ainda criar e lançar novos itens no mercado que sejam mais eficientes e com qualidade superior e que atendam às necessidades dos consumidores?

Essa é a pergunta de um milhão de reais para o nosso segmento.

Porque o brasileiro se esquiva ao ser abordado pelos entrevistadores? Porque evitam dispor de 10/15 minutos do seu tempo para responder algumas perguntas? Se no final das contas o maior beneficiado serão eles mesmos.

O objetivo de uma pesquisa é saber a opinião sobre o que ele gosta, o que quer, o que deseja, quais são os seus anseios.

Tudo isso não faz sentido sem a disposição e a entrega deles.

O inicio dos brindes na pesquisa

A trajetória para tentar solucionar a questão do engajamento foi muito simples: oferecer uma recompensa, era preciso premiar para “motivar” o consumidor dando algo em troca para obter as respostas.

Quando começamos a abordagem dos respondentes oferecíamos um brinde e então observamos que funcionou, pois, a taxa de participação foi muito melhor quando presenteávamos.

Todos institutos e agências de pesquisa usavam esta tática para coleta de dados nos estudos quantitativos.

O brinde precisava ser diferenciado

O que não contávamos era com um consumidor cada vez mais exigente e demandante e, oferecer uma caneta já não bastava para o apoio dele nas respostas.

Foi então que a criatividade passou fazer toda diferença e o brinde mais criativo fazia filas nas ruas chamando a atenção dos respondentes motivando a participar dos testes.

E passou então depender do orçamento que dispúnhamos para investir e no tamanho dos questionários, quanto mais longo melhor e mais criativo deveria ser o brinde.

Essa foi uma fase que durou bastante, foram anos e anos pensando em brindes diferenciados. Mas como doce, tudo que é bom acaba e essa fase também acabou e de repente passamos a ver o número de participação caindo novamente.

O brinde perdeu o valor. O valor estaria no dinheiro

O brinde, criativo ou não, passou a não ser mais suficiente e começamos a ver no mercado alguns institutos oferecendo dinheiro, sim isso mesmo dinheiro, como nos estudos qualitativos, no início passaram a oferecer 10 reais para participar de uma pesquisa.

Confesso que foi assustador no inicio porque a preocupação era sobre o comportamento do consumidor com esta prática e o quanto estávamos “comprando” sua resposta.

Esperamos um pouco para aderir a esse novo jeito de obter respondentes, mas hoje percebemos que não há como voltar atrás, é assim que se move as pesquisas quantitativas e motiva o consumidor a participar.

E o consumidor, como ele quer ser engajado?

O consumidor com certeza quer ajudar a melhorar os produtos atuais ou criar outros inovadores, mas será que estamos falando com eles da maneira que eles nos dariam suas melhores respostas e como eles gostariam?

A pesquisa de mercado está sempre buscando inovações tecnológicas ou maneiras de otimizar o tempo de resposta. Mas e o consumidor?

Será que o nosso desafio está em descobrir qual vai ser o próximo brinde ou o desafio deveria ser o que não dar em troca de respostas e como fazer o respondente se motivar a responder sem recompensas?